Elo Company muda nome para Elo Studios para refletir nova fase da empresa

Matéria publicada na Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios em 14 de setembro de 2022

 

Fundada em 2005 para distribuir filmes, a companhia hoje também atua na produção e no desenvolvimento de conteúdo original

 

Para a executiva do audiovisual Sabrina Nudeliman Wagon, fundadora e CEO da Elo Studios, trabalhar com cinema é parecido com o mercado de ações. Na opinião dela, levar filmes ao cinema é um investimento de risco, porque há dinheiro em jogo e nem sempre o produto encanta o público. Mas disso ela entende: à frente da empresa – antiga Elo Company, que agora assume um outro nome para refletir a nova fase – desde 2005, ela tem lançamentos de sucesso no portfólio.

Sabrina Nudeliman Wagon, Ruben Feffer e Flavia Prats Feffer, os fundadores da Elo Studios (Foto: Divulgação)

Sabrina Nudeliman Wagon, Ruben Feffer e Flavia Prats Feffer, os fundadores da Elo Studios (Foto: Divulgação)

Foi a Elo que distribuiu o filme “O Menino e o Mundo”, animação brasileira que concorreu ao Oscar, para mais de 100 países. Mais recentemente, a empresa foi a responsável pelo lançamento do filme “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos, que gerou R$ 8 milhões nos cinemas. A Elo se aproxima da marca dos 100 filmes distribuídos nos cinemas, dos mais comerciais, como “S.O.S. Mulheres ao Mar 2”, aos regionais.

A Elo conta com alguns braços diferentes. No início, atuava como distribuidora internacional, incluindo no digital, levando conteúdo brasileiro para Estados Unidos, China, Haiti e países do continente africano, antes do surgimento das plataformas de streaming. Depois, em 2012, passou a distribuir também para a tela grande e, há cinco anos, os fundadores perceberam que a tendência seria atuar na produção.

A empresa investiu e estabeleceu um núcleo interno de desenvolvimento que trabalha em parceria com roteiristas e por meio da aquisição de direitos autorais de livros e podcasts. Hoje, nove projetos já estão contratados para entrar em produção nos próximos anos, com orçamento estimado de R$ 50 milhões.

Formada em administração de empresas pela USP, Wagon começou a carreira na McKinsey, onde entrou como estagiária. Lá, trabalhou com pesquisa e informação por cinco anos, mas o gosto pela cultura sempre existiu. No paralelo, ela fazia aulas de dança, artes plásticas e história da arte. Foi numa dessas atividades que surgiu o convite de uma amiga para trabalhar com consultoria na área cultural. Ela ganharia 10 vezes menos do que na McKinsey, mas decidiu arriscar.

“Fui trabalhar com o Yakoff Sarkovas para desenhar a estrutura da Galeria Olido (espaço cultural no centro de São Paulo), que ainda estava começando. Minha função era organizar o projeto: de quantas pessoas e equipamentos precisava, qual seria a programação. Era gestão, mas com um pé na cultura. Não sou cinéfila, gosto de arte de forma geral, mas amo inovação. Sou capaz de trabalhar até em padaria se for para fazer um pão diferente”, declara.

Depois dessa experiência, ela foi chamada por um conhecido que tinha interesse em abrir uma empresa de cinema e precisava fazer uma análise de mercado. Eles viraram sócios e, em 2005, nasceu a Elo Company pelas mãos de Wagon, Ruben Feffer e Flavia Prats Feffer, investidores do projeto, em momento de retomada do cinema brasileiro, graças às leis Rouanet e do Audiovisual, promulgadas no início dos anos 1990.

 

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